
Com uma das maiores redes hidrográficas do mundo e uma extensa faixa litorânea de mais de oito mil quilômetros, o Brasil tem no transporte aquaviário um de seus maiores trunfos logísticos.
Apesar do imenso potencial, sua participação ainda é limitada pela falta de investimentos em hidrovias brasileiras, portos brasileiros e marcos regulatórios que incentivem o crescimento da frota mercante nacional.
Neste artigo, vamos explorar o que é o transporte aquaviário, suas modalidades, benefícios econômicos e ambientais, desafios do setor.
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O transporte aquaviário é definido como toda movimentação de cargas e passageiros realizada por meio de rios, lagos, mares ou oceanos. Trata-se de um modal milenar e, até hoje, fundamental para a circulação global de mercadorias.
No Brasil, esse modal se divide em quatro grandes frentes de atuação:
A cabotagem é a navegação realizada entre portos marítimos do mesmo país, sem atravessar fronteiras internacionais. Conhecida como a “rodovia do mar”, conecta cidades costeiras e regiões produtivas com eficiência.
Na costa brasileira, esse modal movimenta principalmente contêineres e cargas a granel, funcionando como alternativa competitiva ao transporte rodoviário em longas distâncias.
A navegação de longo curso corresponde ao transporte internacional, conectando os portos brasileiros a destinos no exterior. É o principal elo do Brasil com os mercados globais e responsável por escoar commodities como minério de ferro, soja e petróleo, além de produtos manufaturados.
Essa modalidade é estratégica para manter a balança comercial e consolidar a posição do país nas cadeias de suprimentos globais.
A navegação fluvial e lacustre ocorre em rios e lagos, sendo vital para regiões como a Amazônia, onde o modal rodoviário enfrenta limitações.
As hidrovias brasileiras das bacias Amazônica e Paraná-Paraguai têm enorme potencial para transportar grandes volumes de cargas a granel (como grãos e minérios), reduzindo custos e emissões.
O transporte lacustre, embora menos representativo, também é relevante em lagos naturais e artificiais, como os formados por hidrelétricas.
Outra modalidade essencial é a de apoio portuário, composta por embarcações de manobra, rebocadores e serviços auxiliares, que asseguram a eficiência das operações em portos brasileiros.
O Brasil é um país de dimensões continentais, e o transporte aquaviário tem papel estratégico tanto no comércio exterior quanto na integração interna.
Assim, o transporte aquaviário é fator de coesão territorial e desenvolvimento econômico, ao mesmo tempo em que amplia a integração logística do país.
O transporte aquaviário é reconhecido por apresentar o menor custo por tonelada por quilômetro entre todos os modais, especialmente para grandes volumes e longas distâncias.
Do ponto de vista ambiental, os ganhos são igualmente relevantes. O transporte aquaviário emite até cinco vezes menos CO₂ do que o modal rodoviário para a mesma carga transportada. Isso torna a sustentabilidade aquaviária um diferencial competitivo em tempos de exigências de ESG (Environmental, Social and Governance) e acordos internacionais de descarbonização.
Outro aspecto positivo é a segurança operacional: enquanto o roubo de cargas afeta fortemente o transporte rodoviário, especialmente nas regiões Sudeste e Sul, o transporte por água apresenta índices significativamente menores de perdas e sinistros.
Apesar das vantagens, o transporte aquaviário enfrenta desafios que restringem seu pleno uso no Brasil.
Esses gargalos reduzem a participação do transporte aquaviário na matriz de transportes brasileira, que segue dominada pelo modal rodoviário.
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O Brasil dispõe de recursos hídricos e litorâneos incomparáveis, mas o transporte aquaviário ainda é subutilizado diante de seu potencial.
Com investimentos em hidrovias, portos brasileiros, incentivos à frota mercante nacional e aprimoramentos na legislação do transporte aquaviário, o país pode reduzir custos logísticos, melhorar a competitividade internacional e avançar na sustentabilidade aquaviária.
A chave para um Brasil mais competitivo e sustentável passa, inevitavelmente, por nossas águas. É hora de investir em cabotagem, navegação interior e longo curso, transformando o transporte aquaviário em protagonista da logística nacional.
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