Com uma costa de 8.500km, o Brasil tem no mar um recurso precioso para fazer o país crescer, mas ainda não explora esse patrimônio natural como deveria e até agora deu prioridade às rodovias. A cabotagem— navegação entre portos do mesmo país— ocupa apenas 13% da matriz de transporte brasileira, enquanto o modal rodoviário chega a 63%.
Os índices estão melhorando: em 2015, a cabotagem respondia por 10% do transporte de carga nacional. Menos poluente, mais seguro, mais barato e com capacidade para levar maior volume de carga ,esse tipo de navegação tem despertado interesse das empresas. No entanto, ainda existem muitos nós a serem desatados, com uma legislação adequada à realidade atual e políticas públicas que de fato valorizem a cabotagem como solução estratégica para os problemas de logística que o país enfrenta.
O cenário atual e o que esperar no futuro foram os temas centrais do debate que marcou os 50 anos da Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac). O seminário “O crescimento da economia e a importância da cabotagem na matriz de transporte brasileira— perspectivas e desafios”, realizado pela Editora Globo, com patrocínio da Abac, teve mediação do jornalista Pedro Doria, colunista do GLOBO e da CBN.
Na abertura do encontro, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, disse que a cabotagem e o transporte aquaviário são prioridade no governo e citou a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de recriar o ministério.
— O presidente volta a dar importância a setores que estavam embolados na Infraestrutura. O assunto aquaviário, cabotagem, porto, aeroporto era bem secundário. Na medida que o presidente separa (em um ministério), mostra que quer dar mais atenção para esse assunto — afirmou.
O ministro destacou as vantagens da cabotagem em comparação ao transporte por caminhões:
— Um único navio pode transportar o mesmo que 42 mil caminhões e emitir um quarto ou um quinto do total de CO2. Temos a cabotagem como solução de transporte sustentável em segurança, saúde, eficiência, emprego, geração de renda, qualidade do meio ambiente. Facilita a vida das pessoas em função de se utilizar um bem que está disponível, não precisamos construir. O oceano, o mar, os rios estão aí.
Márcio França disse que o governo vai reavaliar algumas iniciativas do governo anterior, como a legislação, chamada BR do Mar, que trouxe novas regras para a cabotagem, mas incluiu pontos controversos como a permissão de navios de bandeira estrangeira no transporte de carga do país.
— Quero contar muito com todos vocês para aperfeiçoar nosso entendimento em relação à BR do Mar, que a gente reconhece ter avanços importantes, mas também imperfeições que podem ser corrigidas, e estamos lá para isso— afirmou o ministro.
O secretário de Energia e Economia do Mar do Estado do Rio, Hugo Leal, destacou a oportunidade de gerar crescimento:
— Economia do mar é a cadeia produtiva que o mar entrega para a sociedade. Não podemos perder as oportunidades que estão sendo abertas na cabotagem e em vários outros setores de que o país precisa.
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