DT-e ainda está muito voltado ao modal rodoviário, aponta Abac

Associação ainda identifica questões em pátios de alguns portos que geram custos adicionais à logística. Comitê da associação acompanha temas relacionados à multimodalidade.  Por Revista Portos e Navios

O diretor-executivo da Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac), Luis Fernando Resano, avalia que o Documento Eletrônico de Transporte (DT-e) ainda está muito voltado ao modal rodoviário, quando poderia ser visto de forma mais multimodal. Ele mencionou que o Porto de Santos (SP) alcançou melhorias em seus sistemas de agendamento, mas ainda existem outros portos que precisam implementar medidas a fim de evitar acréscimos de custos na logística.

O diretor também comentou que a Abac é contra ‘pátios obrigatórios’, uma vez que existem tecnologias disponíveis para organização mais eficiente. O entendimento da associação é que os veículos devem utilizar esses espaços apenas quando de fato precisam, como nos casos de chegada fora da janela prevista, quando os caminhões necessitam de um pátio para aguardar sua vez. Ele considera que esse é um tema que a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) precisa acompanhar mais de perto, a fim de contribuir com a  logística brasileira.   Resano acrescentou que ainda existem problemas de disponibilidade de janelas. Ele explicou que, muitas vezes, as janelas do período noturno não atendem as empresas de transporte multimodal porque as cargas são submetidas a critérios de gerenciamento de risco para poderem ser liberadas. “Às vezes, nossas empresas não escolhem a janela noturna mais pela ‘janela de risco’”, explicou durante reunião do Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo da Associação Comercial de São Paulo (Comus/ACSP), na última terça-feira (31).

O diretor destacou que a Abac possui um comitê que discute o tema multimodalidade. “O que vendemos na multimodalidade é pontualidade. Esse agendamento é importante. Cumprimos [associadas] o agendamento para nossos clientes e queremos cumprir com o terminal também. Estão reduzindo cada vez mais esse tempo”, observou Resano.