Cabotagem no Brasil é uma solução sustentável para um futuro mais limpo e eficiente

Por Valor Econômico
O transporte aquaviário cresce impulsionado por inovações tecnológicas que podem transformar a economia e reduzir emissões de gases

Cabotagem no Brasil é uma solução sustentável para um futuro mais limpo e eficiente

Com 8 mil quilômetros de costa, o Brasil tem uma das maiores vantagens naturais do mundo para o transporte de cargas por via marítima. No entanto, apesar dessa oportunidade, apenas 13% da carga nacional é transportada por cabotagem — um número bem abaixo do que seria possível, especialmente se comparado aos 63% do modal rodoviário. A Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (ABAC) trabalha para reverter esse quadro, destacando a cabotagem como uma alternativa não só mais econômica, mas também mais sustentável. Em países como a China, 44% da carga é transportada pelo modal aquaviário.

O Brasil, ainda não aproveitando plenamente sua costa, tem um claro potencial de crescimento na cabotagem: em 2023, a movimentação de contêineres chegou a 1,3 milhão, um aumento significativo de 900 mil unidades em relação a 2008, e a tendência é de crescimento contínuo em 2024. Além de ser uma alternativa mais econômica, a cabotagem também desempenha um papel na redução das emissões de gases de efeito estufa, alinhando-se às metas ambientais internacionais e ao compromisso do País sobre o tema.

Atualmente, os custos logísticos no país representam de 12% a 15% do PIB, muito mais do que em economias desenvolvidas, onde os custos ficam em torno de 8%. Esse impacto prejudica a competitividade do Brasil e, para as empresas, resulta na predominância do transporte rodoviário.

“Nosso objetivo é mostrar que a cabotagem não é apenas uma alternativa segura e eficiente, mas uma necessidade estratégica para o Brasil, um país de dimensões continentais, que precisa urgentemente de soluções logísticas mais inteligentes e sustentáveis”, afirma Julian Thomas, diretor-presidente da ABAC.

“O custo do transporte aquaviário é muito mais competitivo, mas a falta de uma política pública eficiente que equilibre os modais tem sido um entrave para que a cabotagem alcance seu verdadeiro potencial”, explica Luis Resano, diretor executivo da ABAC.

 

Desafios na Região Norte

Enquanto o apoio público ainda é quase nulo, o setor privado tem demonstrado uma enorme capacidade de inovação para superar os desafios logísticos do país. Um exemplo recente foi a instalação de um píer flutuante em 2024, uma solução para contornar a interrupção da navegação no Rio Amazonas, durante o período de seca. O investimento privado permitiu a continuidade do transporte de cargas de e para Manaus, utilizando balsas e navios, garantindo o escoamento de produtos essenciais para a região.

“O maior desafio é a interrupção da navegabilidade, que afeta diretamente a logística da região Norte. Mas com o apoio do terminal do Chibatão e de soluções inovadoras, como o píer flutuante até um ponto do Rio que permitiu o transbordo de contêineres, conseguimos garantir o abastecimento e a continuidade da produção”, afirma Eduardo Simeone, diretor da ABAC e de Relações Governamentais da Log-In.

Os investimentos em infraestrutura portuária, aliados a incentivos para armadores, poderiam criar um ciclo positivo de crescimento para atrair novos investimentos privados e expandir a capacidade do transporte marítimo. De acordo com estudos feitos pelo Instituto ILOS a pedido da ABAC, a cabotagem pode gerar um impacto direto na redução dos preços dos produtos de 10% a 15% nos custos logísticos, resultando numa diminuição de 3% a 5% no preço final dos produtos. Isso beneficia diretamente os consumidores, reduzindo o custo de vida e aumentando o poder de compra da população.

“As empresas poderiam repassar as economias aos consumidores, reduzindo os preços dos produtos. O transporte marítimo é mais barato para grandes volumes, com custos por tonelada-quilômetro até cinco vezes menores do que o transporte rodoviário “, afirma Gustavo Paschoa, CEO da Mercosul Line.

Paschoa defende que a cabotagem é a solução inteligente e estratégica para os desafios logísticos do Brasil, trazendo benefícios diretos para a economia, a sociedade e o meio ambiente. Por isso, diz, adotar cada vez mais o transporte aquaviário promoveria um futuro mais competitivo, sustentável e próspero para o país.

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