
A logística brasileira tem uma relação de longa data com o transporte rodoviário. Não é à toa que ele domina nossa matriz de transportes: sua flexibilidade e capilaridade são insubstituíveis. No entanto, para gerentes de logística, a dependência deste modal em rotas de longas distâncias traz desafios significativos, como o alto custo do frete e a falta de previsibilidade.
É nesse cenário que a cabotagem se apresenta não como um concorrente, mas como um parceiro estratégico. A questão para empresas que buscam modernizar sua cadeia de suprimentos não é escolher entre um ou outro, mas entender como a integração entre os dois modais pode otimizar operações, reduzir custos e ampliar a resiliência.
No artigo, vamos mostrar por que a logística intermodal é a aposta mais inteligente para o futuro. Acompanhe!
Para uma tomada de decisão estratégica, é fundamental conhecer as vantagens e desvantagens de cada modal. Vamos analisar o que cada um tem de melhor a oferecer.
O transporte rodoviário se destaca por sua enorme flexibilidade e capilaridade. Ele é o verdadeiro “braço” da logística, capaz de realizar um serviço porta a porta que nenhum outro modal consegue com a mesma agilidade. Essa característica o torna a opção ideal para:
Em percursos de até 500 km, o transporte rodoviário costuma ser o mais econômico e rápido, pois evita a necessidade de transbordos.
A vasta malha rodoviária brasileira permite que caminhões alcancem praticamente todos os municípios do país, transportando cargas para locais que não possuem acesso a portos, ferrovias e aeroportos.
O caminhão pode ser programado para coletar e entregar cargas em horários específicos, se adaptando facilmente às necessidades do cliente. A versatilidade também se estende aos tipos de carga, desde pequenos volumes a granéis líquidos e sólidos.
Apesar de suas inegáveis vantagens, o modal rodoviário enfrenta sérios desafios em rotas de longas distâncias, principalmente no que diz respeito ao custo do frete, à segurança da carga e ao impacto ambiental.
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A navegação de cabotagem surge como a melhor alternativa para as limitações do transporte rodoviário. Ela aproveita a extensa costa brasileira, que funciona como uma rodovia natural, oferecendo benefícios essenciais para a logística de grandes volumes.
Para rotas acima de 1.500 km, a cabotagem é comprovadamente mais econômica. Um único navio pode transportar o equivalente a centenas de caminhões, resultando em um custo por tonelada transportada significativamente menor.
Estudos comparativos indicam que a cabotagem pode ser até 50% mais barata do que o transporte rodoviário em alguns trechos.
A cabotagem permite o transporte de grandes volumes de carga de uma só vez, o que é ideal para indústrias que precisam movimentar grandes quantidades de matéria-prima ou produtos acabados.
O trajeto marítimo é intrinsecamente mais seguro do que as rodovias. A redução de acidentes nas rodovias é um benefício direto, assim como a menor exposição a roubos e furtos de carga, um problema crônico do transporte terrestre no Brasil.
A cabotagem é um modal com uma emissão de poluentes muito menor. Um navio de cabotagem pode emitir até oito vezes menos CO₂ por tonelada transportada do que um caminhão, alinhando a logística da sua empresa com os critérios ESG (Ambiental, Social e Governança).
A verdadeira revolução na logística acontece quando esses dois modais deixam de ser vistos como rivais e se tornam parceiros. A logística intermodal é a estratégia que permite aproveitar o melhor de cada um.
O cenário ideal para a combinação é em rotas de longa distância, onde o transporte rodoviário é usado de forma inteligente para as “pontas curtas” da operação, e a cabotagem cuida do “trecho longo”.
Imagine o transporte de uma carga de bens de consumo de Manaus (AM) para um centro de distribuição em Campinas (SP).
Nesse modelo, o modal rodoviário faz o que ele tem de melhor: as coletas e entregas finais, que exigem flexibilidade. Enquanto isso, a cabotagem se encarrega do trajeto mais longo, onde ela é mais econômica, segura e sustentável.
A logística intermodal não é apenas uma questão de custo, mas de estratégia. Em um país sujeito a eventos imprevisíveis, como greves de caminhoneiros, aumento súbito do preço do diesel ou bloqueios de estradas por desastres naturais, a dependência de um único modal é um risco enorme.
Ao integrar a cabotagem, você não apenas diversifica suas rotas, mas também torna sua cadeia de suprimentos mais robusta e resiliente. O planejamento de embarques se torna mais previsível, já que as empresas de cabotagem operam com escalas fixas e regulares. Isso oferece uma rota alternativa confiável, garantindo que suas mercadorias continuem a circular, mesmo em momentos de crise no modal rodoviário.
A previsibilidade de custos também é um ponto-chave. Enquanto o frete rodoviário pode flutuar de acordo com a oferta, a demanda e o preço dos combustíveis, a cabotagem oferece custos mais estáveis e fáceis de prever, permitindo um planejamento financeiro mais assertivo para a sua empresa.
A rivalidade entre transporte rodoviário e cabotagem é um mito que não cabe na logística moderna. Na realidade, eles são parceiros que, quando combinados de forma inteligente, criam um sistema logístico mais forte, econômico e sustentável.
A intermodalidade permite que as empresas aproveitem o melhor de cada modal: a agilidade e a flexibilidade do caminhão para as distâncias curtas, e a alta capacidade e o baixo custo da cabotagem para os trechos longos.
Se sua empresa busca reduzir custos, aumentar a segurança da carga, diminuir a emissão de poluentes e ganhar mais resiliência em sua cadeia de suprimentos, a logística intermodal é o caminho.
Para saber mais sobre a cabotagem e como ela pode transformar o Brasil, acesse nosso blog!
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